sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Alunos em Turismo da Utad à descoberta da oferta turística (potencial) de Montalegre

Os laços de amizade e reconhecimento profissional entre a UTAD e Montalegre foram reforçados na passada 5ª feira, 14 de Outubro de 2010, quando os alunos do 2º ano da licenciatura em Turismo saíram do pólo em Chaves para o terreno com o objectivo de conhecer algo do potencial turístico de Montalegre. O grupo de 40 alunos incluía 3 alunas Erasmus da Itália e 3 da Polónia e foi acompanhado por 3 professoras. Foram calorosamente acolhidos pelo Director do Ecomuseu do Barroso, David Teixeira, e sua equipa. Especial atenção foi consagrada à loja do museu, que funciona em simultâneo também como posto de turismo e porta do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG). Conjuga-se assim, de forma mais eficiente, recursos humanos, instalações e sobretudo know how. O Ecomuseu, através de um espólio permanente e temporário (nesta altura as obras enviadas por ocasião do “Festival do castanho”), desperta/motiva os visitantes a saírem para os quatro lados do concelho para conhecer pessoalmente os hábitos da sua gente, a história, o património construído local, etc.
A caminho para Pitões das Júnias, David Teixeira sublinhou que já se vêem efeitos positivos desta luta de longa duração a favor do Ecomuseu (que implica a participação activa e voluntária da população local no projecto): no 1º ano de funcionamento, mais de 30.000 pessoas, ou seja, mais do que dez vezes a população de Montalegre (centro), entraram gratuitamente na sede “Padre Fontes”. Estas pessoas gastaram mais de 50.000 euros na loja do museu, comprando produtos locais, artesanato, livros, obras de arte, …). Mas também beneficiaram o comércio local, inclusive a restauração.
Dois técnicos, Zé Carlos e António Cascais, explicaram as características do PNPG à volta de Pitões das Júnias e mostraram o mosteiro de Santa Maria, rodeado por relvados, alegremente coloridos por “merendeiras”. As professoras responsáveis pela disciplina “Ecologia e Interpretação Ambiental”, Aurora Monzon e Simone Varandas, aproveitaram a oportunidade para falar em habitats prioritários, englobados na rede natura 2000 e na importância da manutenção das paisagens originais.
Igualmente no pólo do Ecomuseu em Salto, os objectos foram cuidadosamente escolhidos e expostos num edifício histórico lindamente recuperado. Aí a Salete foi outra funcionária que respondeu “do coração” a todas as perguntas que os alunos formularam.
O percurso terminou com uma visita às Minas da Borralha, as antigas minas de volfrâmio que o Município quer converter noutro pólo do Ecomuseu. Conforme a docente da disciplina “Recursos e produtos turísticos”, Veronique Lapa, esta mina abandonada é um exemplo, por excelência, de um recurso que implora para ser convertido num produto turístico sustentado de qualidade. Foi Mário Mendes, um antigo “mineiro”, que partilhou parte da sua vida vivida num lugar onde, nos anos 50, trabalhavam perto de 1.600 pessoas. Estas construíam casas nos terrenos que pertenciam à empresa que explorava as minas, podiam enviar os seus filhos do infantário até à escola profissional in loco e, aos fins-de-semana, tinham direito a ir ao cinema. Mais uma vez, a mensagem aqui passada foi de esperança: vale a pena apostar no desenvolvimento local numa vertente turística, conhecendo, valorizando e explorando os recursos existentes.

Autores do Artigo:
Veronique Lapa, Aurora Monzon e Simone Varandas

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